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Tenho uma
opinião “negativa”, que eu própria considero pouco informada, sobre as greves que
são tão populares hoje em dia. Não querendo ferir susceptibilidades penso que estas
greves extraordinárias prejudicam mais do que ajudam. Não quero nem vou de modo
algum menosprezar os motivos que levam estes profissionais a entrar em greve. A
educação é um dos pilares da nossa sociedade e fulcral para moldar as mentes
dos jovens de hoje que serão os adultos de amanhã. Sou testemunha das condições
miseráveis que muitas vezes são oferecidas a estes profissionais e a
instabilidade que a carreira oferece - o que nesta economia se torna uma
combinação desesperante. Tive o privilégio de ser orientada por verdadeiros
mestres e amantes da arte do saber e ensinar, e tenho o maior respeito pelo
trabalho que desenvolvem e a “Fé” e esforço que colocam sob a instrução dos
pupilos de hoje em dia (mas isso já é motivo para outra discussão). E por isso
apoio e compreendo o descontentamento e a necessidade de ver o governo, que normalmente
deixa tudo por meias palavras, tomar uma posição firme e definida. No entanto questiono-me
se este é o caminho certo ou o mais frutífero.
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As greves
são uma manifestação contra algo que está errado na sociedade e por isso devem
ser levadas a sério e consideradas com respeito, mas como tudo na vida, tem também
um lado negativo. Quando os funcionários que são responsáveis pelos transportes
públicos decidem fazer uma greve, os trabalhadores que estão dependentes destes
sofrem as consequências sem fazerem parte da demanda dos primeiros. Parece-me
extremamente injusto pagar o justo pelo pecador! Neste caso os lesados são os
alunos que precisam do exame para se candidatarem ao ensino superior e se vêem
numa situação de incerteza e nervosismo desnecessárias. Mais que isso, e como
se verificou em Braga, a forma como se lidou com a falta de professores para a
realização dos exames levou ao “prematuro caos” por parte dos alunos que não puderam
realizar os exames - que perturbaram a ordem e a segurança. Mesmo com
o Ministro da Educação a tentar suavizar a situação e a garantir soluções, o
facto é que é uma situação grave e deveria ser lhe dada a devida importância e
não ser tratada como um pequeno percalço. Por vezes pergunto-me se estaremos
assim tão longe dos tempos em que esfaqueavam os imperadores porque não estavam
contentes com a ditadura praticada por este. Pinto um quadro cómico mas a
preocupação é real!
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Mas que sei
eu sobre isto? Muito pouco, pergunto-me que outra solução posso eu propor para
resolver os problemas que perturbam o normal funcionamento da sociedade? Não faço
a mínima ideia, mas também acho que esta não é a melhor. Gostava que o governo
tivesse em consideração as necessidades da população? Claro que sim, mas as
coisas são como são e temos que trabalhar com o que temos. Não será a hora de
nos concentrarmos em levar a mudança a um patamar superior? Reformular os
velhos valores e crenças deste país que vive do passado, e apostar nos jovens empreendedores
que estão a ser postos de parte antes de terem uma oportunidade? Buscar novas
formas de produzir internamente e criar empregos para o povo português em
Portugal. Pequenas ideias que poderiam fazer uma diferença enorme e parece que
ninguém se atreve a tentar! Porque é que parece mais importante queixarmo-nos
do que não podemos mudar? Às vezes incomoda-me a inércia do nosso povo, sempre
á espera que as coisas se resolvam sozinhas ou que alguém o venha fazer por
nós! Não é altura de termos uma atitude mais proactiva?
Parece tudo uma grande comédia e de facto vive-se como
tal. Mas vivemos numa aparente democracia e parece que nunca estamos
verdadeiramente satisfeitos, ou que possuímos a liberdade para mudar isso! O que
não quer dizer que não podemos tentar…
Fica aqui
a ideia e o pensamento que me levou a esta reflexão. Não tanto das reivindicações
dos professores, com as quais concordo pontualmente, mas mais de uma perspetiva
das greves em geral. Espero que tenham apreciado e que respeitem as minhas
opiniões como eu respeitarei as vossas se as desejarem expressar.
NOTA:
Esta rúbrica é uma ideia que tenho
considerado já há algum tempo, mas que ainda me deixa um pouco reticente. É sempre
um risco considerável expor a nossa opinião sobre assuntos de natureza susceptível,
arriscando-me a ter que lidar com comentários e ofensas desagradáveis. Mas, o
certo é que, também faz parte da minha índole colocar-me no meio de controvérsias
que suscitam o meu interesse e provocam uma reação explosiva sob as minhas
crenças. No entanto tenho que sublinhar que o meu objetivo desta rúbrica “Refletindo
sobre…” é inteiramente subjetivo, são as minhas opiniões e visões sobre
determinados assuntos. Assuntos nos quais emprego (da melhor maneira possível) as
minhas capacidades refletivas e argumentativas. E consequentemente procuro receber
algum feedback e possivelmente trocar impressões sobre os temas que seleciono.
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