Fico estupefacta perante a minha
pureza de espirito; aqui estava eu julgando que o povo já estava “sabido” no
jogo político, e por isso não se deixariam ser ludibriados por falsas intensões
e promessas, e estava redondamente enganada! A vida é feita destas duras
lições, mas eu mantenho o meu espirito positivo e espero que a sociedade se transforme,
e sejamos um pouco mais altruístas e solidários para com os nossos vizinhos – e
não daria eu uma boa política? Não, porque a ironia não é o mesmo que a pura
mentira!
jornalavem.wordpress.com |
Lá na terra dos Deuses, há
séculos atrás, uns quantos ideologistas orquestraram um plano de meticulosas regras
e punições, que Nicolau Maquiavel viria a rotular
de “a arte de conquistar, manter e
exercer o poder, o governo"”.
Trocaram as togas pelos ostentosos fatos que agora envergam; mudaram os termos
para despistar a falta de criatividade, mas a política é a mesma – mascarar a
simples e pura ignorância por detrás de um vocabulário que o cidadão mais
humilde toma por “caro” e assume, erradamente, por “entendido”. Com esta
observação subjetiva podem concluir, e com razão, que não sou mulher de
políticas. Nunca senti um apelo particular pela ideia, e agora que compreendo
um pouco mais, tenho-lhe ainda mais aversão. É um jogo de indivíduos
pretensiosos e vazios daquilo que entendo por política (uma luta pela igualdade
e o bem-estar de todos), logo prefiro não tomar uma posição ou discutir partidos
– é uma daquelas velhas disputas que nunca mais acabam (e que na minha opinião
servem para muito pouco). No entanto, estou consciente que uma sociedade
anarquista não é exequível e compreendo a necessidade de manter um qualquer
tipo de ordem para o funcionamento (bom ou mau) da sociedade. De qualquer
maneira não consigo aceitar que ainda ninguém tenha avançado com uma ideia melhor
para resolver o “problema”, duma forma mais justa e civilizada – não cabe na
minha cabeça que um governo se ache no direito de atacar outro, usando-se de
razões dúbias, e depois saqueie descaradamente as riquezas naturais do mesmo!
Passando à frente desta minha
observação, e ainda no campo politica, hoje opino a propósito das eleições que
ocorreram por todo o país. Incomoda-me o tempo que dedicamos às promessas
vazias que se repetem em panfletos copiados e cansados do mesmo; aos
espetáculos circenses que imitam um genuíno interesse nas necessidades do povo;
e à monopolização do tempo de antena – dando preferência a uns em detrimento doutros.
E de quatro em quatro anos sou obrigada e levar com os panfletos, que só
demonstram a desconsideração pela preservação das florestas; e a poluição
sonora dos carros de campanha, que numa época de contenção são mais um luxo
despropositado; e pior que isso, os chocolates nas caixas do supermercado! Vou
explicar esta frase aparentemente fora de contexto: os supermercados colocam as
malditas guloseimas nas caixas de pagamento para que se tornem mais atrativas
(e confesso que resultam vergonhosamente comigo); tal como as, aparentemente,
inócuas “oferendas” que os partidos distribuem estrategicamente mesmo às
“portas das urnas” – figurativamente! Acho desonesto da parte dos supermercados
obrigarem-me a comer chocolates, gomas e pastilhas elásticas, quando sou
claramente capaz de decidir por mim mesma se quero uma guloseima ou não! Já fui
por mais que uma vez ao supermercado, unicamente para satisfazer a minha gula!
Obrigado mas não obrigado “Grande Pai”, mas eu não vou eleger um saco de
m&m´s porque hoje tenho maças! Não me fazem cáries só porque num momento de
fraqueza vacilei, e importam-se com o meu bem-estar e em dar-me o que preciso.
Afinal tudo está ligado à
política – assim como a religião e qualquer outra “empresa” que gera e acumula
zilhões! E é a isto que chamamos de humanidade – a lei do mais forte com o
único objetivo de acumular mais e mais riqueza!
graosdeareia.wordpress.com |
E no fim somos cinza, pó e depois,
nada. Não parece tudo tão absurdo quando vemos desta perspetiva?