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domingo, 5 de janeiro de 2014

2013



2013 foi um ano que tanto deixou por dizer que quase me dariam por MIA ou desaparecida em combate (em bom português). Agora que “acabou” já me sinto o pouco mais á vontade e com vontade de o explorar e escrutinar minuciosamente - para matar de vez essa curiosidade e os diz-que-disse-que-nada - e alimentar meu narcisismo compulsivo até á obesidade.


Quem me conhece e portanto sabe desta minha aversão a qualquer e todo o tipo de festividades, compreende a falta de posts sobre o assunto. Resumo? Todos os dias podem ser “Natal” e o facto de que de 365 em 365 dia (366 em anos bissextos) deitamos o calendário ao lixo e compramos um que começa, surpresa surpresa, por Janeiro – não é, para mim, motivo de celebração. É um facto, se vamos a celebrar todos os “factos” da vida, meu amigo, não fazíamos mais senão festejar – por mais que eu goste de festa meus queridos o que é demais enjoa. 

Mas de qualquer maneira posso dizer-vos que estes últimos 12 meses foram de factos extremamente significativos na minha curta existência, e será por isso para sempre lembrado como o pior e o maior ano da minha vidinha.  Estará lá nas estrelas junto do ano em que nasci, o longínquo e ainda brilhante ano de 1990 (podem pesquisar, ou esperem que eu vos conte); o ano em que o dador de esperma deixou de perfilar na minha infância ou o ano do “há males que vêm por bem”; o grandioso ano em que percebi finalmente porque é que existem meninos e meninas (se é que me entendem), e que “há mais marés que marinheiros”, “há mais peixe no mar” e “há muitos burros do mesmo pelo”; e infelizmente o ano em que percebi que a vida é demasiado curta para amar quem nos ama e para chorar por quem não nos merece. Este ano de 2013 poderá ser descrito como o ano em que fiquei sem chão, em que perdi a vontade de pensar, de agir, de respirar e de viver; mas principalmente o ano em que provei a mim mesma, aos que me amam e aos que me odeiam, que ainda há mundos dentro de mim por desvendar.  Num deles eu sou Xena a princesa guerreira, que se reergueu do pó do seu ser vazio e derrubou com punho de aço os seres tóxicos que poluíam a minha alma e mente, consequentemente fazendo-me sentir insignificante – e  regozijei sob a poça dos seus despojos ensanguentados, vitoriosa e mais forte do que nunca. Sim, um pouco mais negra e completamente “cacofônica” (de disfemismo), mas indiscutivelmente mais energética, criativa (quase explodindo no meu mundo de imaginação) e definitivamente feliz. Foi o ano da mudança, tanto interior como exterior, foi uma continuação da jornada começada em 2012. Uma jornada de introspecção, auto-conhecimento e iluminação, foi uma vitória. 




Mudei a cor de cabelo, emagreci 10kg, dediquei-me a mim e a meditação, yoga e thai-chi. Ri, chorei, amei e perdi. Realizei imensos projectos relacionados com moda e beleza e por isso decidi adicionar mais um passatempo á lista dos favoritos. Fiz muita coisa, o que não fiz foi partilhar aqui convosco, espero que este ano isso não se repita – mesmo que só uma pessoa se importe com o que me vai na alma já vale a pena. Quero que este seja um espaço sagrado, onde posso partilhar os meus pensamentos e ideias sobre a vida e tudo mais que me interesse. 

Agora que expeli estes demónios é de bom tom terminar numa nota mais alegre, ou seja os momentos extraordinários que vivi este ano. A união mais forte na minha pequena família deu-me a certeza que tenho os pilares da minha vida firmes e presentes para tudo, e de repente o medo de falhar não é tão grande porque sei que a minha família acredita em mim e me ama não importa o que eu faça ou seja. Depois da minha recusa em celebrar seja o que for, o mau humor costumeiro, e a aversão ao cristianismo em favor do budismo, poderia levar qualquer família á loucura – mas não a minha, e somos felizes assim. Os laços de amizade que se tornaram tão mais fortes e me seguraram nas tempestades e adversidades que enfrentei em 2013, fizeram-me acreditar que existem pessoas que valem a pena, porque nos fazem felizes e somos um pouco melhores porque os fazemos felizes também, vocês sabem que vos amo. E em continuação com o tema das amizades, a família académica também aumentou este ano transacto, com a adição das afilhadas que ficarão para sempre no meu coração, pelo carinho e a amizade que ofereceram e a confiança em mim, como a pessoa que as guiou e guiará na vida académica. E espero também, um laço que dure para toda a vida. Amo-vos minhas princesas. 




Sejam felizes e que 2014 seja o ano das vossas vida.


domingo, 23 de dezembro de 2012

E está a chegar o Natal…



Há uns anos estaria provavelmente a queixar-me de que o Natal é uma das grandes “empresas” responsáveis pelo consumismo excessivo e o “mimosear” desnecessário que se é dado às crianças nesta época natalícia. Mas agora com a crise, crise e mais crise, a coisa já está mais difícil – contudo tenho a certeza que não faltaram por aí consumidores ávidos de bens materiais, que supostamente trazem nos seus embrulhos exageradamente decorados – o chamado espírito de Natal. É uma época de excessos de todas as maneiras possíveis e imaginárias, como se o facto de ser Natal pudesse justificar os mesmos. Eu dou do género de pessoa que gosta de dar sermões, mas neste caso acho que já estarão fartos de ouvir que isto é uma época para dar graças por termos família e comida na mesa para celebrar a noite de Natal. 

Deixem-me então levar-vos a pensar noutra coisa: e aqueles que nem sabem que é Natal? Estamos aqui nós, o “povinho português” a queixar-se que não há dinheiro para comprar o bacalhau que mais fará as prendinhas para os 50 membros da família; quando todos os dias milhões de pessoas por todo o mundo dão graças apenas por estarem vivos. E que tal pensarmos por um instante neste Natal? Temos este sentimento, um pouco egoísta, de que com o mal dos outros podemos nós bem, mas não nos lembramos que talvez até somos bastante afortunados. Não temos que olhar para cada esquina quando caminhamos na rua – com medo de sermos esfaqueados; não temos caves em casa, preparadas para serem usadas como trincheiras em caso de ataque inimigo e podemos dormir com a mínima certeza de que amanhã vamos acordar.



Para mim esta época nunca fez muito sentido e da há uns anos para cá tornou-se numa das alturas que mais me entristece. E não estou aqui para dar lições de moral porque eu também me incluo no grupo de pessoas que se queixam muito e têm muita sorte na vida. Mas esta época em especial faz-me pensar no sentido da vida – se é que há algum sentido – e faz-me pensar no conceito de família. Até agora o Natal nunca foi Natal para mim, sempre achei que faltava qualquer coisa – e afinal tinha tudo, e como sempre só nos apercebemos disso quando perdemos. Eu não queria brinquedos, nem roupa, nem dinheiro – isso não me diz nada, apesar de ser um pouco consumista, admito, mas tenho o meu limite. Não, eu queria um Natal como o das outras crianças, nunca me senti integrada. Por isso o Natal para mim agora é só mais um dia como outro qualquer. 

Mas queria que vocês fizessem esta experiência comigo – pensem nas pessoas que vivem na outra metade do mundo – na metade que nem consegue imaginar a ceia da consoada porque nem sabe se terá comida para hoje. E que podemos fazer? – dizeis vós. O que não falta aí são organizações de solidariedade que trabalham pelo mundo fora. Mas eu não ia tão longe, a realidade do 3º mundo está mais perto de nós a cada dia que passa – e há muita gente a passar fome aqui em Portugal.

No outro dia vi uma publicidade que me tocou, de tal forma que não consigo não pensar nisso constantemente – que dizia basicamente que um valor de um café equivale a uma lata de atum. Pois é, tão simples assim – e agora sempre que desejo um café penso não, vou guardar este dinheiro e quando for ao supermercado vou dar uma lata de atum a alguém que tem fome. Não é muito, mas é um começo, se todos ajudarmos  com o que pudermos podemos dar a mão ao próximo que nesta época faz o dobro do sentido, esta época que todo o mundo sente a dificuldade da crise e da pobreza que lhes bate à porta.



Por isso este Natal em vez de comprarem aquela camisola que não pode faltar no vosso armário, ou aquele jogo de consola que o vosso filho não pode viver sem ou aqueles brincos que ficariam divinos nas orelhas das vossas esposas – guardem esse dinheiro e ajudem alguém. Acreditem que no fim do dia vão sentir-se muito mais satisfeitos do que se tivessem gasto o dinheiro em mimos para vós mesmos. Não há nada mais satisfatório que ajudar alguém, ser altruísta. E juntem a vossa família, não só no Natal, mas todos os dias se for possível. Dêem valor ao que têm e não ao que desejam, porque amanhã podem perder tudo e aí não há forma de voltar atrás. Neste Natal dêem graças por estarem vivos e com saúde; e façam uma coisa boa por alguém. É uma ideia, mas é assim que algo de grande começa – uma pequena ideia plantada na nossa mente.

Desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a todos vós, na medida do possível.