Ultimamente um sentimento de
raiva consome a minha alma. Note-se que não sou o tipo de pessoa que sente
inveja ou faz juízos de valor; mas há certas coisas que observo e que não posso
evitar censurar visceralmente! Cada vez que ligo a televisão não posso evitar expressar
vocalmente a minha incredulidade – incêndios, mortes, o 2ª regaste que o
governo considera, os conflitos no Egipto, a declaração de guerra dos Estados
Unidos contra a Síria… Sinto-me revoltada e não vou desenvolver sobre estes
assuntos de momento - estou a tentar controlar a minha frustração.
elicaespanhol.blogspot |
E agora perguntam vocês (digo eu
muito esperançosa), se não vou falar sobre isto porque é que o referi? Ora bem,
a ideia surgiu-me exatamente por estar atenta ao noticiário da noite (e ao
programa anterior), relativamente ao tipo de informação e à forma como decidem
na importância de cada tema.
Uma coisa que devem saber sobre mim:
faz tempo que não sigo atentamente a televisão nacional, sim eu sei que parece ridículo
mas é verdade! Sinceramente não compreendo a utilidade e o objetivo dos
programas de entretenimento; o conteúdo e as caras são as mesmas de à 15 anos
atrás (por mais que o nome mude) e para além disso a seleção de “pessoal” cada
vez mais me parece dúbia e lamentável (hint hint para a nova aquisição da TVI
ao sábado de tarde).
De seguida vêem os noticiários, que
ainda resistem a esta onda de desastres televisivos, mas falham também em conteúdo.
É certo que fazem uma passagem breve pelos assuntos da atualidade nacional e
mundial, por vezes até desgastando e esmiuçando noticias bastante planas. Mas
toda a atenção foca-se nas coisas mais triviais possíveis! Notícias sobre
recordes mundiais, concertos e festivais (transmitindo close-ups de jovens a
tomar banho?!), fofocas do mundo dos famosos, já para não falar da famosa
entrevista da Judite de Sousa ao jovem milionário, que é basicamente famoso por
ser milionário! Por vezes tenho de me beliscar para confirmar que não estou dentro
dum pesadelo jornalístico…
www.vintag.es |
Desde pequena que sonho em
experimentar um pouco de tudo o que este mundo tem para me oferecer, e
ultimamente sinto-me inclinada para a comunicação social – gostaria de
construir uma carreira sólida como jornalista. Mas nunca me associaria a um
conceito televisivo cujo único objetivo é adormecer nossa qualidade inquisitiva
e baixar os nossos parâmetros de qualidade e proficuidade. Sou um bocado
idealista e quero mudar o mundo passo a passo (o sonho comanda a vida!);
preciso de “abanar” os conceitos e regras da sociedade e inserir um chip nas
mentes do mundo, um chip que obrigue as nossas mentes a questionar tudo! A palavra
é o instrumento ancestral e fulcral da humanidade, precisamos de redescobrir
esse poço de possibilidades e beber da fonte do saber.
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