sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Entry 11#

Today I was reflecting about abandonment, poverty and homelessness – you see this city is wonderful but if we take a closer look we see reality, everywhere there is people sleeping on the streets and begging for money. It´s a disease that has increased alongside the economic crises our country is going through at the moment. More and more I see all kinds of people going through trash cans and searching for leftovers or clothes, or something they can sell to make money.

The other day I was having coffee with my family and 3 people that looked very hungry, asked for money to eat. I caught myself thinking so I asked my grandma, why do this people end up here? Don´t they have families that can care for them? Doesn´t anybody care? And I cried a little. I know I am ridiculous, but is it really that ridiculous to care about people and their suffering? What did they do to deserve to end up their days in the streets? I don´t believe in god, I have my reasons and I won´t get into that discussion because it is pointless and it only lead to trouble – so I realize they are victims of the harsh reality that is the poor economic management  our country suffers from.

Does anybody care? Every person is so obsessed and concern about their own lives and trivial problems, they don´t realize how lucky they are. That´s why they pass in front of these people and choose to ignore or pretend they don´t hear their cry. It is unfair that these human beings are seen as disposable citizens because they no longer contribute with work. We are people we´re not numbers on a computer! There are millions of houses that are sealed by the banks because their habitants can no longer pay their loans, so why can´t we give them to those in need? Maybe they can rise from the ashes and live with some dignity? Just because their selfish sons don´t give a damn doesn´t mean that we as a society are responsibility free! I feel so sad I have to be an adult in a world that is disappointing in so many aspects; I just want to live in a world that cares.


I´ll leave you to think about this, please reflect. If you can make an effort you´re making the difference that may be essential in the solution of this situation.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Entry 10#

So today I finally returned to civilization. Oh what a great feeling to come to my city and smell this air full of happiness and laughter (and air pollution and pigeon/seagulls poop)! I just love to jump around every place I love here, I never left Portugal but I think I´ll never love another city another city as much as I love Oporto. Here I feel at home, I feel like I belong to the painting – like a still figure, just looking innocent and joyful. I am passionate about many things in life but nothing compares to the love I feel for this place, the river, the old streets, the amazing library or the lovely city parks and the amazing nice people. Oh today I am all like seeing rainbows and unicorns everywhere, the whole pink sunglasses extravaganza.

Nevertheless this city now is a place of memories, memories that may be wonderful but that also make me tear up a bit. You see, my grandpa lived, part time, in this city of mine. As I walk down the street I remember how we used to walk it down together, just to go somewhere or nowhere at all. I remember all the things you loved to take me to see, the expositions, the landmarks or the coolest places you just adored. I know he wasn´t born here but I also know he felt like you were, partialy. I just feel that warm thinkling on my troath as I try to hold the tears. I poured my heart out on a piece of paper and cried deeply in the silence. 

I just miss him too much, so I need to pretend you aren´t gone, because that is the only way I can get up in the morning and live a kind of normal life. But I miss you so much, more than words can describe, and I ask myself what in the Lord´s name have I done wrong to deserve such punishment. I just want to remember you the way you were, perfect and only mine. I need you too much because there isn´t another human being that can validate me when I feel like shit. With a sweet embrace I just knew I was perfect the way I am.


I know this sounds a bit depressing but I just need to allow me to miss him and remenber what a wonderful human being he was. Today I thought, one day I will lose my family, and that reality tore me to pieces- I just cannot imagine me alone in the world, I prefer to die today. Remember to value the ones you love and tell them you love them every single day because one day you won´t be able to. I know I wished I had said it more, because now I can only say it to myself. Love with all your heart and have no regrets because live is too short for resentment. 


Fazes-me falta

Fazes-me falta. Fazes-me tanta falta que todos os dias finjo que estás aqui. Sorrio ao pensar que, tão naturalmente que parece verdade, estás no teu quarto a fazer as flexões matinais e a seguir vais tomar o pequeno-almoço para sair e começar mais um dia de trabalho, que amas fazer. Quando começo a pensar nas saudades que me trazem as lágrimas quentes aos olhos. Afasto-as com a mentira. Estás lá fora a aparar os arbustos, a regar a relva ou a enxertar mais um limoeiro. Quando chega a noite, e me aconchego nos lençóis frios, a dor de não te ter assombra meu pobre coração. Finjo que ainda não chegaste, mas que estás perto. Finjo que ouço a chave na porta e os passos leves no outro lado da porta do meu quarto para te ires deitar. E sorrio porque esta mentira aquece-me um pouco, estás do outro lado da porta, a poucos passos e se eu quiser posso abrir e abraçar-te. E sorrio falsamente, sorrio porque não quero pensar que já não estas ali, do outro lado. Só posso sorrir porque já não aguento o peso das lágrimas.

Fazes-me falta. Fazes-me tanta falta que todos os dias permito-me, por minutos, aceitar que já não estás aqui. Choro em silêncio. Todos os dias preciso de ti e não te tenho. E nunca mais te vou ter. E a dor é insuportável. Porque todos os dias te quero, todos os dias te amo, todos os dias preciso de ti. Mais ninguém neste mundo me conforta como tu, mais ninguém neste mundo me ama como tu, mais ninguém neste mundo me conhece e me aceita como tu. Todos os dias me sinto um pouco mais só, um pouco mais perdida, um pouco mais triste e não sei como fingir que isso não é verdade. Foste e levaste uma parte de mim, e não posso fingir que não me faz sentir uma falta desmesurada. Preciso de te abraçar, de te ouvir, de me sentir a menina mais sortuda do mundo por te ter para mim. Sou mimada porque me mimaste demais. Mimaste-me com amor e conforto. Mimaste-me com palavras que me faziam sentir especial e capaz de fazer tudo, capaz de te fazer sentir orgulhoso na mulher que criaste. E todos os dias me sinto mais pequena um bocadinho, porque não pudeste ver-me cumprir “o sonho”, ver-te na plateia com um olhar ternurento enquanto recebia o diploma da universidade, que tanto lutaste para que eu o merecesse. Pergunto-me porque é que já não estás comigo, porque é que te roubaram de mim, que mal fiz eu para agora estar um pouco mais abandonada neste grande mundo que sem ti faz menos sentido.


Hoje deixo-me chorar sangue sobre as minhas palavras e sentimentos profundos. Só hoje vou permitir-me admitir que me fazes falta. Fazes-me tanta falta. E fecho os olhos e sinto a tua presença. Sei que não estás aqui fisicamente mas a tua aura nunca me abandona, e com ela eu caminho passo a passo e tento fazer-te orgulhoso da pessoa que me fizeste. Fazes-me falta mas hoje estás aqui comigo, com uma mão sobre meu ombro dizendo-me também me fazes falta mas estou aqui.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Portugal, Deprimente!

É com os olhos virgens de uma sonhadora que “amando”, esperançosamente, uns olhares esguios ao noticiário da TVI enquanto depenico nos resquícios do meu salmão grelhado – e dou por mim a rir tão incontrolavelmente que juraria ser milagre não me ter engasgado com uma espinha – para mim uma tragédia por dia é suficiente! O meu desdém pela comunicação social nacional já se demonstra bastante agravado, mas a cada dia a barra de qualidade atinge níveis extraordinários de inutilidade, estupidez e ridículo. É ridículo a quantidade de areia que tentam atirar-nos aos olhos - e o povo gosta! Que se pode fazer?

Quase que dou um “passe” aos comentários idióticos sobre a peça “Iowa legaliza a venda de armas de fogo a deficientes visuais” – porque é uma realidade aparte do resto do comum dos mortais, e claro porque nosotros (a.k.a. ocidente) comemos cultura norte americana às toneladas (see what I did there?), hmm melhor que caracóis não é? Olhem a lógica ocidental: Já que damos armas aos putos, que ainda não saíram do armário, e vai daí um dia apetece-lhes dar um tiro na testa do professor; porque não dar uma espingarda a uma pessoa que não consegue ver? O que é o pior que pode acontecer? Confundir a namorada com um assaltante e depois - porque claro que ninguém no seu juízo perfeito vai condenar este individuo – acabamos com uma jovem assassinada e um culpado que sai impune! E é este tipo de comportamento que estamos a gravar nas mentes influenciáveis das crianças, que no futuro vão matar a mãe porque esta não lhe comprou o novo jogo da playstation (ou o que quer que seja que os miúdos gostam hoje em dia, quem sabe?). A minha repulsa por tudo “americano” podia ter aumentado mas já estou imune, já nada me impressiona dali. E rio muito e honestamente, porque tristezas não pagam dividas e se não somos capazes de nos rir de nós próprios (e por “nós” digo sociedade), bem, nem vale a pena rir de nada!

Mas fico possessa quando de seguida dedicam um segmento, de 10 minutos à vontade, ao aperto de mão que o cristianinho deu a outro qualquer jogador – e que aparentemente deve ser algo raro no país ao lado - porque não vejo outra explicação para tanto alarido. E para acabar os dez minutos em beleza, as imagens mais “frescas” de um outro jogador que foi para não sei onde e que, preparem os vossos corações, terá problemas em adaptar-se à nova cultura e aposentos. Pobre rapaz deve ser mesmo chato largar as saias da mamã para ganhar mais uns míseros biliões. Estou mesmo preocupada com esta questão tão mais importante do que os idiotas dos americanos a oferecer bombas a literalmente qualquer pessoa que as quiser! Mais meus amigos, só em 2 ou 3 estados é que são obrigatórios exames visuais antes de obter a licença de posse de arma! O que significa que nem é preciso fazer testes para, sei lá, avaliar a capacidade mental necessária para saber distinguir quando usar uma arma, ou melhor, quando não a usar (que na minha opinião deveria ser 99% das vezes)! Como podem confirmar no vídeo, a licença até pode ser obtida na internet! Deus como é que é possível que a burrice desta “Nação” não esteja sob a nossa lupa todos os segundos de todos os dias?


Outras notícias de grande interesse nacional? O Passos Coelho inaugurou uma escola, e os professores de EVT estão no desemprego! Só eu vejo a ironia? A ignorância deve ser uma bênção! E mais areia para os olhos de todos nós. Fizeram a autópsia ao cadáver da criança que foi negligenciada pelo pai, mas que provavelmente foi só esquecimento por isso vai passar uma noite num quarto financiado pelo estado e amanha já nem se lembra disto. Uma pobre toureira está nos cuidados intensivos e o diagnóstico é reservado. Mais uma vez, sofro imenso por mais esta pessoa que ficou ferida ao incitar um animal inocente a, literalmente, atacá-la com o único propósito de entreter o povo num ritual de matança público – que lamento imenso queridos apreciadores, mais vale chamar: um regresso ao degradante espetáculo de gladiadores ao estilo do império romano. Só falta um idiota envolto num lençol a gritar “soltem as bestas”!


Hoje sinto-me uma velhota que vive na montanha e só sabe reclamar sobre o governo!

 E mais um tesourinho deprimente no capitulo da História de Portugal!

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Don´t go breaking my heart

It has been quite a while since my last post in English, as you can see I am very active – posting wise – but only in Portuguese, so I need to restore the balance. Today I noticed something weird that if it is in fact true, it is freaky as hell. Most of the blog´s traffic comes from America! I still strongly believe that this thing is probably broken, but if it isn´t please give a shout-out, or whatever… *crickets come in now*… Oh and apparently Russia likes me too – which is scary as well as impossible, I just thought it was pretty funny.

On a sadder but definitely more interesting note, today´s subject is my catastrophic yet amusing love life. Oh lord why wouldn´t you buy me a freaking Mercedes Benz? (Oh no ya didn´t) oh yes I did! My life has already inspired me to write a considerable collection of novels, though i´ll never reveal how many. It is a sad and instructive roll of disappointments, heart aches and tears (accompanied by the consumption of gallons of chocolate whilst watching cheesy romantic comedies). What prompted me to dish some dirt on this theme? I was navigating through my favorite fashion blogs when I came across this sincere and touching story of love and incredible pain, and I though wow she is totally right, it is important for us women to share this stuff – it sucks to feel I am the only woman stupid enough to repeat the same mistakes. I am definitely not.

I too have loved and lost all my life, yes all my life. It all started when the only man who is suppose to love me forever left me for no good reason - a shout out to bobo the sperm guy peps! Since then I live in constant fear that if I give myself to anyone they´ll end up leaving me too. Another funny thing about this “daddy issues” fun stuff is the part when I always fall desperately in love with men who resemble my father in the worst way. Irresponsible, egotistical and evil men that make me fly over the moon one day and the next leave me drowning on my own tears, god it is annoying! Then, I drive myself crazy with the suspicion of betrayal until the day the bastard leaves me, in the precise moment I am going through the motions of a dangerous rollercoaster of self loathing and depression. I am so tired and yet so helpless in the face of this behavioral pattern! Worst of all, I am starting to realize I like the pain.


So, to deviate myself from all this degradation and consequent depression, I am taking this time (now that I am thankfully single), to rearrange my priorities. I am analyzing my past mistakes and making sure I am ready to meet the man I deserve. Therefore I will tell you some things I learned and that hopefully will be useful for me and for you as well. First of all, don´t confuse helpful tips with subtle critics your man gives you, for example when he says “that skirt doesn´t match those shoes” (danger: he could also be gay) or “you will get fat if you keep eating this away” or “when you get pregnant you better find a way to stay thin”- run. Yeah I know how absurd it seems but love is deafening and at the time I took it as a constructive criticism. Second, if he refuses to introduce you to his friends or family, or both - it is almost certain that he sees you as a temporary fling – hide. Third, if the man fails to fulfill his “duty” – if you know what I mean – do not take it as a personal offence. He is probably a repressed homosexual using you as a beard (true story) – definitely do not seek. I could go on and on, but I guess what I am trying to say is that if your man does not treat you as a queen every single day, if he doesn´t make you feel special, beautiful and sexy – then do not give him another minute, it is one too many. Do not lower your expectations just because your heart was broken, just move on. There is plenty of fish in the sea and I know there is a pot for every lid (it´s something my mom says).


Life is wonderful when you are in love, and I will never stop believing in it – but the most important thing is to love yourself before others, it is the only way to be strong and fight for what you deserve. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Velhos são os trapos!

A sociedade do século XXI sofre de uma quantidade absurda de enfermidades, e por vezes é-me penoso isolar uma que consiga resumir os podres que germinam das entranhas da nossa ignorância. Os anos e a convivência com estes espécimes tão complexos, permitem-me porém sentir repulsa em me incluir no seu grupo - porque nem por um segundo me imagino a sentir e a agir como eles.

Recentemente assisti a um segmento mais “sério”, de um qualquer programa da manhã, que abordava o alarmante aumento de idosos abandonados em hospitais. E mais uma vez corriam as lágrimas pela minha face; ao ver os seus rostos embelezados pelas marcas que contam as histórias de suas peculiares das suas vidas e os relatos de como tudo terminou tão cruelmente porque os seus familiares não queriam o “incómodo” de cuidar dos seus – e sinto-me tão pequenina num mundo de monstros gigantes, que comentem estes crimes contra a comunidade. Baixo os braços perante a minha luta de entender o porquê! 


Como é que as crianças de outrora, que foram criadas no colo quente e no conforto do amor de seus pais e/ou avôs, se esquecem completamente das horas felizes que viveram apenas porque tinham um alguém que o amou e ama mais do que alguém vai amar? Sim, esquecimento, é a única justificação plausível – um vírus que afeta a memória ou um alzheimer seletivo que lhes rouba a capacidade de compaixão pelas pessoas que lhe deram a vida. Não vos vou maçar com as imensas incoerências e atrocidades que me deixam apavorada com a ideia que um ser humano pode descansar sua cabeça na almofada sabendo que uma parte de si está a definhar sozinha e triste num canto qualquer. Pois a mim nunca me faltaria vontade e tempo para me certificar que fiz tudo para dar o conforto e carinho a quem mo deu nos primórdios da minha insignificante existência. 
Para além do mais, estes jovens de olhos brilhantes são simplesmente adoráveis, seres belos que viveram coisas que nunca me passariam pela cabeça – porque por vezes esquecemo-nos que um dia eles foram jovens de tenra idade como nós, sem experiencia, cheios de vida e sonhos, com receio mas vontade de viver tal como nós. Para mim é um prazer compartilhar o sentimento que suas palavras tão calorosamente refletem – são vidas ligadas com outras vidas, e vivências com as quais podemos nos relacionar e aprender. Não entendo quem pode encontrar aqui um ponto negativo, mas isso sou eu.

Não sei se já o referi mas com tantas qualidades que o meu ídolo possuía, torna-se complicado anotar o que disse ou não disse; o meu avô, que era um jovem com muita experiência de vida, mas de uma geração muito mais retrograda que a nossa; tinha uma capacidade de aceitar todas as pessoas, por mais estranhas que fossem à sua natureza, e não sabia o que significava julgar quem simplesmente possui uma visão diferente da nossa. Até a mim que, para quem me conhece não é surpresa nenhuma, sou sempre do contra; dá-me um gostinho especial a adrenalina de provar e argumentar os meus pontos de vista, e demonstrar sempre a importância de respeitar a subjetividade de cada um. E por isso sempre me foi fácil agir assim em todos os aspetos da minha vida, porque tinha um grande exemplo do que significa ser um ser humano verdadeiramente humano – que nunca poderei copiar mas que desejo alcançar com o tempo. É plausível que essa seja a raiz da podridão que a humanidade sofre, a falta de bons modelos que as crianças – os adultos de amanhã – admirem e desejem seguir como exemplo. E agora seria o momento ideal para tirar um instante e considerar esta minha ideia e refletir-mos sobre se somos realmente o melhor que podemos ser, se queremos que os nossos filhos sigam os nossos passos, para que no futuro possam olhar para nós e dizer: tenho orgulho em ser a pessoa que sou porque assim mo ensinaste. Será que no futuro teremos um conjunto de pessoas que queiram mesmo fazer o melhor pelos seus e pelos outros e que não simplesmente o apregoem?


Apenas mais um degrau na longa escada que deveríamos subir, para que todos nós enquanto sociedade, possamos também ser o melhor que podemos ser.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Vaidades & Hipocrisias

Não é fantástico como assim que encontramos balanço espiritual todos os nossos sentidos ficam muito mais apurados? Tenho-me encontrado a ouvir mais e a falar menos, gosto do papel de observador, e as vantagens são imensas para o meu desenvolvimento cultural… Sim, também inclui o uso de um vocabulário mais rico e variado, e com um cheirinho de presunção que nunca matou ninguém. Para além disso, encontro inspiração no dia-a-dia e dou comigo a pensar e a analisar os ramos intrincados dos comportamentos e conversações triviais. É a volta ao mundo terreno e ao mesmo tempo ao recanto do meu consciente - onde me enrolo num manto de introspeção que me aquece a alma – são as pequenas coisas que me fazem feliz.

E agora que já desenvolvi demasiado sobre coisas que só interessam à minha pessoa vamos passar ao que me interessa. A querida Judite de Sousa estava hoje num programa de tarde qualquer, a falar sobre um senhor (que infelizmente não reconheci e por isso não o armazenei), e fez um curioso comentário: só as grandes mentes possuem um intelectual musculado e por isso exigem e apreciam uma discussão bem fundamentada (não são as palavras exatas mas a ideia era mais ou menos esta). Isto fez-me pensar que afinal a Judite é um bocado presunçosa (cheia de si mesma ou vaidosa) afinal de contas não é muito educado gabarmo-nos das nossas qualidades intelectuais ou outras. Já não tinha uma grande impressão da senhora e não melhorou definitivamente. Garanto-vos que conheço a minha quota de idiotas convencidos que por usarem meia dúzia de palavras cultas e decorarem dois factos interessantes sentem-se os senhores de toda a verdade! Especialmente pseudoartistas (ego explosion). E depois disse a mim mesma: que hipócrita!

Não sou uma mulher que passa o dia a aprazar-se de suas qualidades - até porque me culpo muitas vezes por tanto falar dos meus defeitos. Mas é certo que sinto uma grande satisfação quando alguém aprecia o meu trabalho ou simplesmente congratula-me pelo vestido que trajo – não somos todos um bocadinho hipócritas quando criticamos alguém por dizer a verdade quando no fundo esperamos que alguém o faça por nós? Hipócritas e falsamente humildes. Pois é, eu sou culpada desse mesmo pecado mas isso não faz de mim melhor que ninguém, faz-me humana. Eu sei que sou um bocado egocêntrica e escrevo mais para a paz da minha alma, mas o meu maior desejo é partilhar um pouco de mim e relacionar-me com quem procura as minhas palavras – eu sei que por vezes me faz falta alguém que tenha passado pelo mesmo que eu, para não me sentir tão só na minha dor. O que não desculpa ou justifica o comportamento da senhora mencionada, infelizmente tacto é uma coisa que não "não lhe assiste", passando a expressão. Mesmo assim não tenho o direito de julgar uma pessoa unicamente pela imagem que ela passa na televisão ou pelo que as pessoas dizem dela, se não damos uma oportunidade nunca vamos conhecer ninguém intimamente. Todos temos defeitos e todos nós já nos arrependemos de algo que dissemos num momento nada fiel ao nosso carácter.

Por isso não interpretem mal as minhas palavras ou a maneira como ajo naturalmente, não tenho um pingo de falsidade ou presunção, não caminho nas nuvens rodeada de ornamentos de ouro, como muitos me julgam. Não, eu dou graças por tudo o que tenho e sei que nada é garantido, não tenho pouco ou demasiado mas o que tenho trabalhei e trabalho por isso. Foi esse o legado do que o meu avô me deixou - muito amor e compaixão, e as ferramentas necessárias para ser uma mulher independente e orgulhosa de si mesma. As minhas palavras por vezes não são as mais corretas ou sequer as mais educadas mas a malicia e a inveja são por vezes intoleráveis à minha índole, não fui educada a sentir tais afeções. A felicidade é mais fácil de trabalhar que a inveja.

Pensem bem antes de julgar alguém, quem nunca pecou que atire a primeira pedra. 

domingo, 1 de setembro de 2013

Coisas que me revoltam....

Ultimamente um sentimento de raiva consome a minha alma. Note-se que não sou o tipo de pessoa que sente inveja ou faz juízos de valor; mas há certas coisas que observo e que não posso evitar censurar visceralmente! Cada vez que ligo a televisão não posso evitar expressar vocalmente a minha incredulidade – incêndios, mortes, o 2ª regaste que o governo considera, os conflitos no Egipto, a declaração de guerra dos Estados Unidos contra a Síria… Sinto-me revoltada e não vou desenvolver sobre estes assuntos de momento - estou a tentar controlar a minha frustração.

elicaespanhol.blogspot


E agora perguntam vocês (digo eu muito esperançosa), se não vou falar sobre isto porque é que o referi? Ora bem, a ideia surgiu-me exatamente por estar atenta ao noticiário da noite (e ao programa anterior), relativamente ao tipo de informação e à forma como decidem na importância de cada tema.
Uma coisa que devem saber sobre mim: faz tempo que não sigo atentamente a televisão nacional, sim eu sei que parece ridículo mas é verdade! Sinceramente não compreendo a utilidade e o objetivo dos programas de entretenimento; o conteúdo e as caras são as mesmas de à 15 anos atrás (por mais que o nome mude) e para além disso a seleção de “pessoal” cada vez mais me parece dúbia e lamentável (hint hint para a nova aquisição da TVI ao sábado de tarde).

De seguida vêem os noticiários, que ainda resistem a esta onda de desastres televisivos, mas falham também em conteúdo. É certo que fazem uma passagem breve pelos assuntos da atualidade nacional e mundial, por vezes até desgastando e esmiuçando noticias bastante planas. Mas toda a atenção foca-se nas coisas mais triviais possíveis! Notícias sobre recordes mundiais, concertos e festivais (transmitindo close-ups de jovens a tomar banho?!), fofocas do mundo dos famosos, já para não falar da famosa entrevista da Judite de Sousa ao jovem milionário, que é basicamente famoso por ser milionário! Por vezes tenho de me beliscar para confirmar que não estou dentro dum pesadelo jornalístico…


www.vintag.es 
Desde pequena que sonho em experimentar um pouco de tudo o que este mundo tem para me oferecer, e ultimamente sinto-me inclinada para a comunicação social – gostaria de construir uma carreira sólida como jornalista. Mas nunca me associaria a um conceito televisivo cujo único objetivo é adormecer nossa qualidade inquisitiva e baixar os nossos parâmetros de qualidade e proficuidade. Sou um bocado idealista e quero mudar o mundo passo a passo (o sonho comanda a vida!); preciso de “abanar” os conceitos e regras da sociedade e inserir um chip nas mentes do mundo, um chip que obrigue as nossas mentes a questionar tudo! A palavra é o instrumento ancestral e fulcral da humanidade, precisamos de redescobrir esse poço de possibilidades e beber da fonte do saber.